28.10.11

Chupa cabras

O primeiro relato documentado sobre a existência da criatura que ficou conhecida como “o chupa-cabras” surgiu em março de 1995, em Porto Rico, onde oito ovelhas foram encontradas mortas misteriosamente. Em seu peito foram encontrados três orifícios simétricos e o sangue dos animais havia sido completamente drenados. Foi o início de uma verdadeira epidemia de animais mortos, todos com as mesmas características. Pouco tempo depois, uma testemunha,  Madelyne Tolentino, declarou ter visto a criatura que estaria causando a mortandade. Depois disso, dezenas de testemunhas teriam avistado a criatura, não só em Porto Rico, mas em boa parte das Américas Central e do Sul, inclusive no Brasil, e sempre associada à morte de animais em circunstâncias estranhas.
Apelidado de “chupa-cabras”, o ser costuma ser descrito como um animal do tamanho de um urso pequeno, com garras protuberantes e grandes olhos, pele de um marrom esverdeado e presas aguçadas, que ataca o gado saltando sobre o seu pescoço, mordendo-o e sugando seu sangue até a morte do bicho. Vários relatos mencionam um odor forte e desagradável que cerca a criatura. Alguns depoimentos atribuem características reptilianas ao chupa-cabras, como pele escamosa e placas ósseas na região dorsal. Pesquisadores notaram a semelhança entre essas características e alguns animais fantásticos do folclore, como o lobisomem, o Sigbin mencionado nas lendas filipinas ou o Arranca-Línguas do sertão brasileiro.
Os boatos sobre o chupa-cabras chamaram a atenção da comunidade ufológica por causa dos animais encontrados sem sangue e com orifícios perfeitamente redondos espalhados pelo corpo, características que lembram muito um fenômeno conhecido no jargão ufológico como “mutilações de gado”. A diferença é que nos casos de mutilações de gado, luzes estranhas e objetos voadores não identificados, algumas vezes parecidos com grandes helicópteros negros de aspecto futurista, costumam aparecer na mesma região onde os animais mortos são encontrados, ou logo antes ou imediatamente depois da morte.
Foi o bastante para levar os ufólogos a especular sobre uma possível ligação entre o chupa-cabras e os discos voadores. Sugeriu-se que o chupa-cabras poderia ser um alienígena ou então um animal desenvolvido pelos extraterrestres por meio de engenharia genética, como uma espécie de experimento. Mas, até onde eu sei, até hoje não se encontrou nenhuma evidência concreta relacionando os dois fenômenos, e nem todos os pesquisadores se deixam levar pela ideia de que discos voadores e chupa-cabras são farinha do mesmo saco.
Uma hipótese mais plausível é a de que o chupa-cabras seja um animal pertencente a uma espécie ainda não descoberta pela ciência. Afinal, existem bilhões de espécies no planeta, e nem todas foram catalogadas pelos zoólogos. De fato, há todo um ramo das paraciências que se dedica exclusivamente ao estudo dessas espécies desconhecidas. É a chamadacriptozoologia. Espécies criptozoológicas incluiriam não só o chupa-cabras, mas velhos conhecidos nossos, como o Abominável Homem das Neves, o Pé Grande e o Monstro de Loch Ness. E em 2011, Benjamin Radford, editor da revista científica Skeptical Enquirer, apresentou uma terceira explicação para o chupa-cabras, uma que não envolve nem alienígenas, nem espécies desconhecidas.

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